A Presença Da Língua Estrangiera No Curriculo Brasileiros
In:
Submitted By Gilteacher Words 1473 Pages 6
A PRESENÇA DA LÍNGIUA ESTRANGEIRA NA S PROPOSTAS CURRICULARES NACIONAIS
Gilberto da Silva (FMP) – gilteacher575@yahoo.com
Resumo: A globalização trouxe um novo foco às línguas estrangeiras, notadamente a língua inglesa, que por conta da forte influência Norte-Americana, tornou-se a língua mais falada por empresários, estudantes e turistas em todo o mundo. O Brasil consoante a essa tendência oferece aos alunos de escolas públicas o acesso a essa ferramenta que além de prover o falante com mais competitividade no mercado de trabalho, permite o acesso a valores culturais inestimáveis. A presença da língua estrangeira nos currículos a partir dos anos 30, com a reforma Francisco de Campos, demonstra a importância que o aprendizado de uma língua estrangeira tem na vida de todas as pessoas que pensam o mundo de forma global.
O Brasil vem sofrendo invasão estrangeira desde sua descoberta pelos Portugueses no século XVI. A primeira língua ensinada aos nativos foi o Português. Depois de instalados no país os “descobridores” foram, segundo Ballalai (1989), fortemente influenciados pela cultura humanística européia, especialmente a francesa, que aproveitou o momento que lhe era propicio e exportou o positivismo e o materialismo político filosófico. A língua francesa satisfazia os desejos de refinamento e “globalização” dos aristocratas rurais de então. Conquistamos a independência, mas o ensino de LE manteve-se atrelado ao poder político e econômico. Aprendendo uma língua estrangeira, no caso o francês, a elite dominante mantinha o monopólio do saber e conseqüentemente o poder. Com o fortalecimento e crescimento das cidades brasileiras no século XIX, dominar o conhecimento era o meio de chegar ao poder e a língua estrangeira manteve o status de antes.
2. O PRIMEIRO DECRETO
O príncipe regente de Portugal decretou em 22 de junho de 1809 uma lei que criou uma escola de língua francesa e outra de língua inglesa, até aquela data o latim e o grego eram os idiomas ensinados em sala de aula. O objetivo do ensino de Inglês teve meramente um caráter pragmático, pois serviu para o mercado de trabalho em face da forte presença das companhias inglesas no Brasil. Entretanto a reforma educacional promovida por Benjamim Constant afetaram o ensino de línguas no Brasil, pois as línguas e literaturas estrangeiras foram excluídas do currículo obrigatório. Após o afastamento de Constant em 1892 seu modelo educacional foi substituído e Amaro Cavalcanti, então ministro, valorizou as disciplinas humanistas. O Inglês, o Francês e o Alemão passam a ser facultativos.
A partir de 1911 o ensino de Inglês ganha uma abordagem pragmática, as quatro habilidades são contempladas, com a reforma do ministro Rivadavia Correa. A língua inglesa volta a ter uma maior importância com a república, reflexo da influencia norte americana e das tensões políticos mundiais que culminaram com a II guerra mundial. Os EUA superam os Ingleses tanto em investimentos diretos nos bens de produção no Brasil quanto no comercio externo.
Em 1930 foi criado o ministério da educação e saúde pública e as mudanças no ensino de Inglês promovidas pela reforma Francisco Campos foram mais profundas, pois prescreviam até mesmo a abordagem metodológica a ser utilizada: o método direto , que consistia em ensinar a língua através da própria língua. Surgem também nessa época os cursos livres de Inglês no Brasil. A partir de 1934 nascia a Cultura Inglesa com o apoio da embaixada Britânica no Brasil para difundir a língua, a cultura, a ciência, e a arte dos Bretões no Brasil bem como de forma recíproca fazer o mesmo na Grã-Bretanha em relação ao Português. Em 1938 surgiu o Instituto Universitário Brasil – Estados Unidos em São Paulo.
Entre 1942, com a reforma Capanema, e 1961 a carga horária das línguas estrangeiras foi diminuindo até alcançar uma situação de equilíbrio com as ciências. Em 1961 a língua estrangeira moderna passa a ser obrigatória apenas no primeiro grau, porém recomenda que isso de dê onde e quando estabelecimento tenha condições de ministrá-la com eficiência.
Em 1971 o ensino de língua estrangeira sofre um golpe sofre um golpe, a redução da escolaridade de doze para onze anos provocou uma redução drástica na carga horária de língua estrangeira. A situação ficou pior ainda com o parecer posterior do Conselho Federal de Educação que dizia que a língua estrangeira seria dada por cada estabelecimento dentro de suas condições por acréscimo. Como resultado muitas escolas retiraram o ensino de língua estrangeira do primeiro grau e reduziram a carga horária do segundo grau para uma hora semanal.
3. O RESGATE DA LÍNGUA ESTRANGEIRA
A LDB de 1996 substituiu a nomenclatura do ensino no Brasil, 1º e 2 º graus passaram a chamar-se Ensino Fundamental e Ensino médio e deixou bem claro a necessidade de uma língua estrangeira no currículo do ensino fundamental a ser escolhida pela comunidade escolar respeitando sua origem cultural, e a presença da imigração na região. No Ensino Médio a lei estabelece que haja a obrigatoriedade de uma língua estrangeira e abre a possibilidade de uma segunda optativa sempre que as condições da instituição a permitir. Dessa forma a importância da língua estrangeira foi resgatada depois de muitos anos de negação. A língua estrangeira assumiu uma condição de fazer parte do conjunto de conhecimentos necessários à formação dos cidadãos que comporão a sociedade brasileira.
4. A EVOLUÇÃO DOS METODOS DE ENSINO
4.1 Difundido no inicio do século XX, herança dos Jesuítas, o método clássico ou gramatical é considerado o primeiro pensado para o ensino de línguas estrangeiras. Apesar de seu tradicionalismo, infelizmente ainda é o método mais usado nas aulas, baseando-se na memorização de regras gramaticais e vocabulário e enfatizando a tradução através da leitura de textos, o que não garante o aprendizado da língua estrangeira.
4.2 O método direto
No início do século XX, o método direto surgiu como oposição ao método clássico, pretendia-se que o aluno aprendesse utilizando diretamente a língua estrangeira, e para isso exigia-se que o professor fosse nativo ou fluente língua alvo. A compreensão era feita através da negociação de significados utilizando-se gravuras, gestos, desenhos, etc.
4.3 O método de leitura
As habilidades de compreensão de leitura eram enfatizadas nesse método utilizado em 1920, Preocupava-se com o conhecimento histórico do país onde é falada a língua alvo; a gramática se subordina à leitura, um retorno ao método clássico. 4.4 Método Audiolingual
Na metade do século XX predominava behaviorismo (Skinner, 1957), que foi a base do método audiolingual. Baseia-se em modelos orais e prática intensa, através da qual se pretendia automatizar no aluno formas e estruturas. O esquema S-R-R (estímulo, resposta, reforço) era o modelo.
4.5 Estrutural Situacional
Sob a influência do estruturalismo desponta também o método estrutural situacional (1960), vinculado ao audiolingual, mas buscando garantir um contexto significativo para o ensino da língua-alvo (tentando fugir do exercício mecânico). 5.6 Método Cognitivo
Fixando-se na capacidade de uso da língua tem como base a competência bilíngüe e bicultural, surgido em 1965, dá importância as quatro habilidades; leitura, escrita, fala e audição. 5.7 Método Funcional
Nos anos 70 aconteceu uma mudança radical na metodologia do ensino de LE. Nesse período enfatizou-se a necessidade de fazer das funções comunicativas o centro da aprendizagem, influencia da concepção da linguagem como ação (performatividade). Por suas características, recebeu a denominação de método funcional. 5.8 Abordagem Comunicativa
A partir dos nãos 80 chega no Brasil a abordagem comunicativa, pautada pela necessidade de dar um significado à aprendizagem da língua estrangeira. Caracteriza-se principalmente pelo foco no significado e não na forma. Na abordagem comunicativa o importante é a capacidade de se comunicar na língua alvo e não a competência lingüística por si só, ou seja, o aprendiz é incentivado a usar a língua, (competência comunicativa) não explicá-la como no método gramatical. Sem dúvida uma evolução em direção ao ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se pôde observar o ensino de línguas estrangeiras no Brasil vem desde o inicio de nossa historia buscando uma abordagem que contemple uma metodologia eficaz, para oferecer a nossos alunos um ensino de qualidade a despeito das intervenções das autoridades da educação. As línguas estrangeiras têm sua importância histórica na formação do Brasil, primeiro com os Portugueses, depois com os Ingleses, Franceses, e mais recentemente com a forte presença norte americana em todo o mundo. A língua estrangeira deve ser pensada como uma ferramenta a mais na mão dos educadores na formação de cidadãos críticos e ativos capazes de entender as mudanças que ocorrem no mundo. A língua Inglesa vai ao encontro das outras disciplinas do currículo somando esforços na direção de um ensino total de qualidade que permita ao aluno agir de forma ativa no mundo em que ele vive.
REFERENCIAS
Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina
HTTP//WWW.2dbdpuc-rio.br/teseaberta